Decupagem do dia 20/04/2023
A nova câmera adquirida (go pro 11) divide em grupos de 35 minutos os vídeos.
Então nesse dia tivemos 4 arquivos resultantes.
No início, no momento de recepção (00:00- 3:50), tivemos uma base contínua na guitarra que explorou sons mais eletrônicos, modificados, do novo pedal Boss Sy-1 Synthesizer. Eu escolhi o pedal para ter outros sons em cena, não ligados a uma função/expectativa da guitarra como instrumento de acompanhar canções. No caso desses primeiros momentos do ensaio, vali-me das sonoridades da biblioteca SEQ 1/2, que , na descrição do site da boss, apresenta "Sons pulsantes com pitch ritmados ou mudanças de filtro". {https://www.boss.info/br/products/sy-1/}
Para mim, tenho a sensação de estar tocando em um teclado, produzindo sons que se repetem e embolam, gerando um espaço volumétrico, transbordante. Uso uma nota pedal para o fundo desse espaço e depois foi pressionando outras notas para abrir/expandir essa pântano aural. Assim, um som mais grave segue em idas e vindas constantes, como um eixo de referência e sobre/contra ele são dispostos outros sons mais agudos, e fragmentos de melodia.
Após, essa curta primeira fase do encontro com uma densidade sonora alta, Flávio demanda de que está em cena a consciência do eixo do corpo e a produção de linhas Cada um desenha linhas com seu corpo. Após todos em cena realizam na roda em que estão seus movimentos sem som da guitarra (há o som vocal vindo de outra sala), mudo a sonoridade para algo para consonante, a partir de acorde de G (sol), como uma dança que se inicia mas sempre retorna. Para tanto, uso strings {• STR—Clássico som de Strings analógico, incluindo camadas de vozes e texturas sweeping.}. Dos movimentos no lugar para os movimentos no palco, uso dessa sonoridade, que começa em 11:11 e vai até 14:07 . O que aqui aprecio é uma sensação perceptibilidade tanto do jogo da recorrência do som que parte de uma nota fundamental e para ela retorna, e o looping dos movimentos em cena.
Flávio interrompe para enfatizar algumas ações e corto o som. Observei hoje o desenvolvimento do corte do som junto com a interação de Flávio com os atores. Hoje foi feito com a redução sonora (fade out) na mão mesmo, uma mixagem ao vivo. É ouvido, olhos e mãos.
Durante estes exercícios iniciais, há a adição de uma outra fonte sonora: um microfone para improvisos vocais e outros instrumentos de percussão.
De 15:28 a 18:23 retorno com a base em G, consonante, com mais presença de sequências previsíveis. Como estou testando os pedais, vou alterando enquanto toco alguns parâmetros, deixando o som mais claro. Ao mesmo tempo estou conversando, orientando a chegada de novas fontes sonoras. Até que deixo isso de lado, para ver e ouvir o que está em cena.
Flávio interrompe novamente para enfatizar o exercício - alternância entre círculo e linha. Voltamos em 19;14 e sigo a mesma sonoridade.
Nova interrupção em 21:36, para novas comentários sobre as ações.
Voltamos em 24:18. mesma sonoridade
Nova interrupção em 25:47.
Voltamos em 27:22. Aqui eu me valho de outro padrão rítmico na mesma base harmônica: curtos slides entre F - G, e mais percurssivo, usando a palheta.
Interrupção em 29:15. Intervalo para água. Desligo o pedal e passo a tocar um groove de funk suingado. Muitas vezes faço isso para me desligar da repetição de alguns padrões sonoros no exercício. E para mudar o ânimo geral. Nos momentos de muita concentração e conexão entre Flávio, os intérpretes e eu, torna-se necessário esse desligamento, algo mais solto e fluído, que muitas vezes engata no exercício de diagonais.
Retorno da água ao 30:04. corte sonoro. Flávio fala sobre estar em cena durante os exercícios. Tempo para falar com as outras fontes sonoras. Passagem para a diagonal em 32:28. Aqui continuo apenas com o som cru da guitarra, utilizando mais ritmicamente do groove funk do intervalo. Em Dm. Desde os tempos como o Hugo eu me valia desses grooves, sem inseri-los em uma progressão harmônica convencional. Na verdade, o jogo era com as extensões. Ou seja, há o estabelecimento de um centro de referência, no caso o Dm/ D, e depois disso há, sobre esse centro, a produção de um pulso com movimentos verticais no braço da guitarra, palhetadas, alterações de volume/intensidade. Tudo de olho no que está sendo apresentado pelos intérpretes. Como estava sem os efeitos dos pedais, o volume estava mais alto. Com o volume mais alto, houve uma redução da produção vocal dos intérpretes. Em 34:50 Flávio interrompe a primeira rodada e solicita que haja mais produção vocal junto com os movimentos. Eu passo a abaixar o volume.
Esse foi a primeiro arquivo do encontro do dia 20/04/2023

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